05 junho 2012

Carcará do mar - Pensamentos de Hermes Machado


No passado colonizadores distraiam índios com o deslumbre dos espelhos, hoje a inteligência artificial distrai gente civilizada com smartphones e outras artimanhas a fim de torna-las cativas e marginalizadas.

A inteligência artificial já escraviza a civilização humana.

Quem cala consente e quem reclama é porque já sente.

Diga-me no que acreditas e te direi quem te enganas.

A vaca leiteira está atolada na lama. Ela está fraca, as suas carnes adoeceram, o seu sangue tem sido sugado por morcegos hematófagos vorazes.

Quando tratamos de mercado financeiro não existe circunstância tão linear que não possa ser partida.

Os devaneios que me tomam e me levam à visões do futuro corroboram para minha percepção daquilo que há de vir, contudo chegou por antecipação a mim.

No Brasil nada mudou e pouco irá mudar naquilo que concerne à corrupção instituída.

A subjetividade presente nos acontecimentos está num patamar acima do entendimento que se possa dar a realidade.

Um novo paradigma de se pensar e produzir economia trará prejuízos incalculáveis para o atual sistema econômico. O conceito de domínio será enterrado e a posse transitória fará daqueles que souberem manipula-la, os grandes tomadores do mercado global.

Nem mesmo eu consigo me entender. Tampouco tenho poder na roda da vida para alterar o que ocorre nos bastidores.

Quando essa massa brasileira de misturas e interesses irá perceber que um Brasil afeito à desagregação nunca progredirá.

Mulher e povo são parecidos, adoram ser iludidos: ela pela palavra de um homem, o povo pela promessa dos políticos.

Há quem viva rodeado de gente e se sinta só, há quem viva só, contudo sinta-se acalentado por tudo que fez e continua a fazer.

As realizações sempre são construídas, antes de modo oculto para só então aparecerem tomando forma.

A grande mentira que vive o hedonista: acreditar que se fazer ver, aparecer ou parecer é ser.

As religiões... Ah... as religiões... a causa primordial de todas as divisões, por conseguinte toda intolerância existente no homem.

Amigos? Prefiro os parceiros porque as relações são equilibradas. 
Amigos são como pombas, pare de alimenta-las e elas voam!


Não tardará o dia em que o litro de água custará mais caro que o litro de petróleo, culpa tão somente dessa sociedade hedonista. 

Muitos conflitos cessariam se o homem alcançasse este entendimento: A pessoa mais importante para vida de um homem é sua mulher; a pessoa mais importante para uma mulher são seus filhos.

Não confie tanto nas certezas ditas em tabloides e livros didáticos, outrossim, atente para os romances e filmes que se desdobram em esteios para a perspicácia.

A fofoca é como lixo espalhado por mentes desclassificadas.

O estado de consciência amadurece com o desencanto e a desconfiança.

A vida é o teatro do engodo elaborado por uns poucos cônscios para encarcerar a grande massa de cegos que os seguem sem contestação.

Haverá menos desigualdade entre homens, quando o direito ao conhecimento for igual para ricos e pobres.

Religião é um engenho elaborado por homens para seduzir gente incauta ou inconformada com injustiças, intencionando-as à acreditarem em contos de fadas.
Há um cesto enorme de alimentos preparados para aliciar, esterilizar e reduzir vidas humanas.
A Ditadura Mercantilista pelo qual tem empreendido o vasto território das artes fundamenta-se na sedução do público, a fim de depositar seus dejetos para reduzir a capacidade de raciocínio.
Mitos são cabrestos adequados para homens desprovidos de razão.

A humanidade nunca aprende com o passado porque o ignora.

As instituições são nódulos malignos que carcomem os esforços do homem enquanto indivíduo.

Todo homem é um selvagem domesticado por outro mais forte.

 O interesse do homem está indubitavelmente para prejuízo de outrem. Se isto ocorre de modo cônscio ou não, é irrelevante.

No Brasil, as consequências para quem comete crimes são compensáveis.

Políticos corruptos perpetuam-se, apenas em nações cujas sociedades se corrompem.

A ostentação dos abastados em um Brasil de miseráveis traz dor e cólera.

Ao povo desvalido que poupa sua dignidade como única garantia de riqueza, as castas organizadas continuam dispensando ração e distração.

Vivemos em um país onde o dinheiro é a déspota divindade.

A violência e o dolo nas escolas e outros domínios da sociedade é o destino dos desprezados para haver de serem vistos e ouvidos.

Os jovens que enganamos hoje serão os maus profissionais motivados à fraude de toda espécie.

A vida sem livros é obscura e sem direção.

É preciso ler muito para perceber que a leitura pode te libertar, mas também, pode te escravizar.

 Ler sem aptidão para a interpretação é dizer amém para o diabo.

Em um país de muitos miseráveis, a ostentação deveria ser crime inafiançável.

O homem sem conhecimento é como um cão, amarrado e domesticado.



Hermes Machado é escritor paulistano que vive na Baixada Santista. Antes de iniciar a carreira literária atuou como guia para congressos nos Estados Unidos, foi executivo de empresas e gestor de negócio próprio. É autor do romance Vitória na XXV, possui contos e crônicas em sites e jornais impressos no Brasil e exterior.


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